Não é raro as pessoas terem sintomas relacionados com o tratamento depois de este estar concluído.
É normal sentir ansiedade, problemas de sono ou depressão na fase pós-tratamento. As pessoas que sofrem destes sintomas podem beneficiar de apoio psicológico.
Problemas de memória e dificuldades de concentração são efeitos secundários comuns da quimioterapia e geralmente reversíveis no espaço de alguns meses.
Pode ser doloroso engolir durante algum tempo, especialmente alimentos sólidos. O acompanhamento por um nutricionista pode ajudar a pessoa a recomeçar a comer e adaptar a sua dieta de acordo com o processo de cicatrização do esófago.
Seguimento com o médico após o tratamento
Após o fim do tratamento, o médico proporá um plano de seguimento com consultas regulares com o objetivo de:
- Avaliar os efeitos adversos do tratamento e tratá-los
- Fornecer apoio psicológico e informação para facilitar o regresso à vida normal
- Detetar possíveis recaídas do cancro o mais cedo possível
Não há uma frequência ou intervalo recomendado para as consultas de seguimento. Estas serão definidas pelo médico para cada pessoa em particular.
As visitas de seguimento com o oncologista incluirão:
- Recolha da história e sintomas do doente e exame clínico. O médico ou nutricionista focarão também a dieta e possíveis problemas nutricionais.
- Em alguns casos, o médico poderá pedir uma nova endoscopia e por vezes também uma biópsia ou exames de imagem (esofagograma, TAC ou PET).
Regresso à vida normal
Pode ser difícil viver com a ideia de que o cancro pode voltar (designada recaída do cancro). Com base no que se sabe hoje, não existe uma forma específica de diminuir o risco de recaída após a conclusão do tratamento. Devido ao próprio cancro e ao tratamento, o regresso à vida normal pode não ser fácil para algumas pessoas. Podem surgir questões relacionadas com a imagem corporal, fadiga, trabalho, emoções ou estilo de vida. Pode ser benéfico discutir estas questões com familiares, amigos ou com o médico. Algumas pessoas podem também procurar apoio em grupos de ex-doentes ou em linhas telefónicas específicas para o efeito.
E se o cancro voltar?
Quando o cancro volta, isso designa-se uma recaída (ou recidiva). O tratamento depende do local e da extensão da recaída e dos tratamentos que já foram administrados anteriormente. O cancro pode reaparecer no esófago ou noutra parte do corpo.
Se o cancro reaparecer no esófago, este tipo de recaída é habitualmente tratado através da remoção do esófago. Se o doente não puder ser operado devido a outros problemas de saúde, o cancro pode ser tratado com quimioterapia, radioterapia ou ambos.
Quando há uma recaída local após a cirurgia, pode ser utilizada radioterapia e/ou quimioterapia. Se foi administrada radioterapia anteriormente, administrar mais radioterapia raramente será uma opção. Se foi administrada quimioterapia anteriormente, geralmente ainda é possível administrar mais quimioterapia. Por vezes são administrados os mesmos fármacos que foram utilizados anteriormente, mas geralmente são administrados fármacos diferentes.
Quando há uma recaída do cancro do esófago noutros órgãos ou tecidos, esta deve ser tratada como anteriormente referido em “Plano de tratamento para o cancro do esófago metastático (estadio IV)”.