No cancro, as células começam a dividir-se descontroladamente, o que acontece devido a uma lesão no ADN (genético) ou também nos mecanismos da sua regulação (o que se chama dano epigenético). O ADN está presente no núcleo de todas as células e fornece o código genético que determina todas as características individuais das pessoas. Todos nós podemos herdar dos nossos pais este dano produzido no ADN ou nos seus reguladores, existindo uma percentagem de casos em que o cancro é hereditário, ainda que essa percentagem seja baixa.
Entre 10 a 20% do total de casos de cancro desenvolve-se em pessoas com um histórico familiar (o que se chama cancro hereditário). Tal acontece porque as mutações de um ou dos dois progenitores podem transmitir-se à geração seguinte. Ter esta mutação não significa que se vá sofrer de cancro de forma irremediável, já que tudo depende da natureza da mutação, além de que existem muitos outros fatores de risco que se podem controlar.
Podemos dizer, portanto, que alguns tipos de cancro são de origem genética, mas a maioria dos casos não está relacionada com os genes que herdamos dos nossos pais. Muitos cancros são influenciados por fatores externos que podem aumentar o risco de desenvolver a doença, como por exemplo o tabaco, a obesidade ou o álcool.
De qualquer modo, se na sua família há ou houve casos de cancro, pode solicitar um rastreio genético para determinar as mutações que possam aumentar o risco de sofrer do mesmo. Mas tenha em conta o que foi dito anteriormente: o facto de ter essas mutações não implica com segurança que vá sofrer de cancro. Tal dependerá de muitos outros fatores relacionados, por exemplo, com o seu estilo de vida. De facto, há múltiplos fatores de risco que aumentam a probabilidade de sofrer de cancro que podem afetar qualquer um de nós, devendo optar por hábitos de vida saudáveis.